segunda-feira, 20 de junho de 2011

2584) Ariano Suassuna, 84 anos (16.6.2011)




(detalhe de foto de Gustavo Moura)

“Por enquanto, só existem dois tipos de Governo: o dos opressores do Povo e o dos exploradores do Povo. O primeiro, é o dos Tiranos, o segundo é o dos Comerciantes. No primeiro tipo, o Povo é submetido e esmagado em nome da grandeza; no segundo é explorado em nome da Liberdade” (“A Pedra do Reino”, 1958-70). 

“A carne implica essas coisas turvas e mesquinhas. Quase tudo o que eles faziam era por medo. Eu conheço isso, porque convivi com os homens: começam com medo, coitados, e terminam por fazer o que não presta, quase sem querer. É medo.” (“Auto da Compadecida”, 1956). 

“É possível? Então não fomos feitos / somente para o amor e seus cuidados?” (“A Zélia”).

“As regras da Arte são constituídas pelos achados do gênio pessoal dos grandes artistas, achados que, depois de formulados intuitivamente, tornam-se exemplares, isto é, transformam-se em normas.” (“Iniciação à Estética”, 1972). 

"[Eu escrevia assim] porque aquilo firmava uma tradição e um estilo, valorizava o que já existia na consciência coletiva, aproveitava, com maior solidez, uma arquitetura preexistente e que já recebera, na sanção coletiva, o selo de uma perenidade que só um orgulho muito tolo deixaria de lado em nome da criação exclusivamente individual.” (“O Casamento Suspeitoso”, 1957).

“Os brasileiros de compreensão e caráter menos elevados estão satisfeitos e sem remorsos, absolutamente de acordo com a situação e subornados por seus carros, suas piscinas, seus apartamentos, seus salários, suas rendas, seus empregados ou seus títulos universitários.” (“Aula Magna”, 1992). 

“Eu tenho dentro de mim um cangaceiro manso, um palhaço frustrado, um frade sem burel, um mentiroso, um professor, um cantador sem repente e um profeta.” (entrevista, 2000).

“É melhor estudar um só livro, qualquer que seja ele, com raça, alegria e entusiasmo, do que estudar todos os livros do mundo friamente.” (“Iniciação à Estética”, 1972). 

“Pior do que o escuro em que nos debatemos é a mania de ser dono da luz.” (“O Santo e a Porca”, 1957). 

“Eu canto as Formas vivas, trabalhadas / pelo esforço que limpa e que Nos cansa.” (“Concepção, Quadro e Ode”, 1947). 

“Homem, se é proibido eu não sei. O que eu sei é que você achava que era e depois, de repente, passou a achar que não era.” (“Auto da Compadecida”, 1956). 

“Nós não precisaremos nunca de inventar uma imagem falsa da Vida para poder amá-la. Porque, na dureza e sob o Sol, nós aprendemos à força a amá-la, com o que ela tem de ardente e glorioso, mas também com o que possui de degradado, sangrento e sujo.” (“A Pedra do Reino”, 1958-70).

“Somos seres terríveis, majestosos, / mas ainda incompletos, / soltos no seio áspero da terra / em que abrimos primeiro os parcos olhos.” (“A Laurênio”, 1955) 

“O inquérito continua aberto e em suspenso, de modo que, pelo menos por enquanto, sua Obra ficará assim, em suspenso e aberta, dependendo sempre de novos depoimentos que o senhor nos prestar.” (“A Pedra do Reino”, 1958-70).





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